DESCASO – Situação precária das Unidades de Saúde de Maceió oferece riscos aos trabalhadores e sindicato considera paralisação
Funcionários lamentam falta de EPI, álcool gel, água, sabão e outros materiais essenciais ao trabalho, sobretudo nesse momento de contenção ao coronavírus
Servidores públicos da Saúde em Maceió se reuniram na manhã de hoje (19) para discutir sobre as condições precárias de trabalho nas Unidades de Saúde do Município. Eles reclamam da falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), álcool gel, água, sabão e outros materiais que são indispensáveis ao serviço, principalmente nesse período de combate e prevenção ao novo coronavírus (Covid-19).
Profissionais que atuam em uma Unidade de Saúde no Benedito Bentes reclamam da falta de água nas torneiras desde fevereiro, antes do carnaval, e mencionam ainda que máscaras de proteção e demais EPI estão sendo comprados pelos próprios profissionais, quando deveriam ser disponibilizados pela Prefeitura.
Uma funcionária do posto situado no Canaã, que não quis se identificar, falou sobre a quantidade insuficiente de álcool gel. “Lá na unidade de saúde estava sem álcool gel. Chegou na terça-feira [17] dois potinhos de 500ml apenas, para uma unidade que trabalha com 58 funcionários”, comentou.
Servidores de uma unidade de referência do município, situada no Jacintinho, também se queixam da superlotação, uma vez que consultas ambulatoriais que não são de emergência não estão sendo remarcadas pela Prefeitura.
Longas filas estão sendo formadas, onde a população fora de risco está dividindo o mesmo espaço com pacientes em casos mais graves. Uma das recomendações de prevenção ao Covid-19 é evitar aglomerações, mas a Prefeitura de Maceió não está fazendo a sua parte no sentido de evitar essa situação nas unidades de Saúde.
Riscos aos trabalhadores
Por considerar que esse cenário de descaso deixa os próprios profissionais vulneráveis à contaminação do coronavírus e outras doenças, o Sindicato dos Servidores da Secretaria de Saúde de Maceió (Sindsaúde) considera parar as atividades no município a partir de segunda-feira (23).
Em comunicado, o Sindsaúde convocou a imprensa para uma coletiva a ser concedida às 10h desta sexta-feira (20), no auditório do Sindicato dos Médicos (Sinmed), no bairro do Trapiche. Na oportunidade, serão expostas as condições em que trabalham esses profissionais e cobradas providências da Prefeitura.
Vale destacar que se os servidores da Saúde adoecem, toda a população é prejudicada. “Estamos imbuídos e comprometidos em fazer esse enfrentamento [contra o coronavírus] para a população de Maceió, porém sem as mínimas condições, passa a ser risco eminente aos trabalhadores e suas famílias”, diz um trecho do comunicado enviado à imprensa.