EFEITOS DA PANDEMIA – ABIH estima prejuízo de R$ 1,5 bilhão no turismo em Alagoas
Setor é responsável por cerca de 160 mil empregos em mais de 50 cadeias produtivas interligadas no estado
Dados levantados pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH-AL) e o Maceió Convention & Visitors Bureau (MV&VB), mostram uma perda de R$ 1,5 bilhão nos próximos nove meses, devido à taxa de 90% de paralisação das hospedagens e atividades turísticas no estado.
Foram levados em conta a ocupação média anual, oferta de leitos e despesa média por turista, que, juntos, devem anular a geração de receita nos meses de abril, maio e junho.
O levantamento ainda aponta que o prejuízo considera a perda total de uma ocupação média de 70% no segundo trimestre e de metade dessa ocupação no terceiro, em uma oferta de aproximadamente 40 mil leitos, que inclui hotéis, pousadas, segundas residências e imóveis de locação destinados ao turismo, além de um gasto de R$ 350 por turista ao dia.
“Além de não haver previsão para que tudo se normalize, o nosso produto é totalmente perecível. Ou seja, o que deixamos de vender não estocaremos, nem produziremos mais tarde e, sendo assim, nosso prejuízo será bem maior do que o calculado. Em abril, maio e junho devemos perder toda a ocupação prevista, enquanto em julho, agosto e setembro haverá uma redução de no mínimo 50%. Mesmo no quarto trimestre, ainda perderemos cerca de 25% da ocupação”, afirma o presidente do MC&VB, Glênio Cedrim.
Diante do atual cenário do setor, responsável por gerar cerca de 160 mil empregos em mais de 50 cadeias produtivas no Estado, a ABIH-AL aguarda um posicionamento do Governo Federal com ações emergenciais específicas para a hotelaria. De acordo com o presidente da associação, André Santos, a Medida Provisória anunciada, no último dia 16, não representa uma solução para o setor, já que não se trata de um prejuízo imediato. “Nossa preocupação é conseguir manter os postos de trabalho. Precisamos de uma ajuda efetiva com a folha dos colaboradores”, ressaltou.
Com a necessidade de suspender as atividades dos meios de hospedagens, as empresas, em parceria com os sindicatos, já anunciaram férias coletivas para os colaboradores. “É natural que em uma situação como essa haja demissões e isso já começou a acontecer de forma pontual. Com o passar do tempo e a recuperação gradativa do setor, estes postos devem voltar”, pontuou o presidente da ABIH-AL.
A Associação recomenda ainda que os meios de hospedagens paralisem suas atividades a partir da próxima quarta (1). A decisão leva em conta as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e medidas preventivas dos decretos governamentais, além da redução de cerca de 90% das operações aéreas no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares.