SENADO FEDERAL – Luta contra violência política de gênero requer mais mulheres em espaços de poder, aponta audiência pública da Comissão Mista.

A luta contra a violência política de gênero foi tema de uma audiência pública realizada pela Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher, onde participantes debateram a importância da presença de mais mulheres em espaços de poder. A senadora Augusta Brito, presidente da comissão, destacou a necessidade de ações conjuntas para combater o cenário de violência política enfrentado por candidatas.

A violência política contra a mulher é considerada crime desde 2021, com a aprovação da Lei nº 14.192. No entanto, apesar dos avanços legislativos, a realidade mostra que as mulheres continuam sendo alvo de violência no meio político. Dados da Inter-Parliamentary Union revelam que a maioria das mulheres em cargos políticos já sofreram algum tipo de violência, seja psicológica, ameaças ou violência física.

O Censo das Prefeitas apontou que mais da metade das prefeitas já sofreram algum tipo de assédio ou violência política por serem mulheres. Para a coordenadora-geral de Participação Política das Mulheres em Espaço de Poder, a exclusão das mulheres desses espaços é intencional, com o objetivo de restringir sua participação e decisão.

Ministra Edilene Lôbo, do Tribunal Superior Eleitoral, ressaltou que a luta contra a violência de gênero é uma luta de toda a sociedade em busca de prosperidade. A exclusão das mulheres dos espaços de poder tem impactos negativos não apenas na política, mas na sociedade como um todo.

A coordenadora do Observatório da Mulher Contra a Violência do Senado apresentou dados que mostram que um terço das mulheres sofre discriminação no ambiente político. A necessidade de as mulheres compreenderem e denunciarem atos de violência política foi destacada por representantes de órgãos como a Defensoria Pública da União e o Ministério Público Eleitoral.

O debate também abordou o recorte racial na luta pelos direitos das mulheres, com críticas à Emenda Constitucional 133, que foi vista como um retrocesso nesse sentido. A inclusão das mulheres, especialmente as mulheres negras, nos espaços de poder foi reforçada como uma necessidade urgente.

A senadora Leila Barros destacou a importância de persistir na luta pela inclusão das mulheres nos espaços de poder, ressaltando que os alicerces estão sendo plantados para o futuro. A participação masculina nesse processo também foi cobrada, com a necessidade de envolvimento dos homens nos debates sobre igualdade de gênero.

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