ESPORTE – Presença feminina na Paralimpíada de Paris bate recorde histórico com 45% de participação; equidade de gênero na mira para os Jogos de Brisbane 2032.
Entre as 22 modalidades que distribuíram medalhas na capital francesa, duas se destacaram: o futebol de cegos, exclusivamente masculino, e o rugby em cadeira de rodas, com predominância masculina nas seleções. O presidente do IPC, Andrew Parsons, afirmou que essas modalidades não correm o risco de serem excluídas do programa de jogos, mas enfatizou a importância de promover o desenvolvimento do esporte feminino em todas as modalidades.
Durante as conversas realizadas na França, Parsons destacou a necessidade de apoiar o futebol de cegos e o rugby em cadeira de rodas feminino, apontando que em outras modalidades ainda há menos eventos destinados às mulheres. Ele ressaltou que a evolução deve ser contínua e que é fundamental manter o crescimento do naipe feminino em todas as modalidades.
O rugby em cadeira de rodas adota um sistema de pontuação conforme o grau de comprometimento motor dos atletas. Para incentivar a participação feminina, cada mulher em quadra permite uma soma de 0,5 pontos adicionais à equipe. No entanto, estudos demonstraram que as jogadoras com pontuações elevadas não são totalmente beneficiadas por essa medida, levando a sugestões de ajustes na regra para proporcionar mais igualdade de oportunidades.
Em relação ao futebol para mulheres deficientes visuais, a primeira Copa do Mundo realizada pela Federação Internacional de Esportes para Cegos (Ibsa) demonstrou o potencial e a competitividade do naipe feminino. A Argentina sagrou-se campeã, em um torneio que reuniu oito países, enquanto o Brasil ainda não tinha uma seleção formada para participar.
Parsons descartou a possibilidade de inclusão do futebol de cegos feminino na Paralimpíada de 2028, em Los Angeles, uma vez que o programa esportivo já está definido para aqueles jogos. No entanto, a expectativa é que, até 2032, mais ações sejam tomadas para promover a equidade de gênero e o desenvolvimento do esporte feminino em todas as modalidades paralímpicas.