Motorista embriagado atropela adolescentes na calçada, gerando mortes, indignação e revolta; casos acenderam debate sobre legislação de trânsito.
Após a comunicação das mortes ser anexada aos autos, a natureza do crime passou a ser tratada como homicídio culposo na direção de veículo no inquérito instaurado pelo 72° Distrito Policial e encaminhado ao Judiciário, que poderá solicitar a prisão do indiciado.
Paralelamente, o Ministério Público de São Paulo também está atuando no caso, embora não tenha fornecido comentários até o momento. O Tribunal de Justiça determinou o sigilo do processo, visando proteger as partes envolvidas e a investigação nas fases iniciais.
Durante o velório de Héros Alcondas de Abreu, realizado nesta manhã no Cemitério Cachoeirinha, um amigo dos jovens atropelados, Arthur Eduardo Gomes, de 17 anos, descreveu a atmosfera como agonizante, marcada pela indignação em relação ao motorista causador do acidente. A mãe de Héros, Michele, expressou sentir uma mistura de paz e indignação diante da tragédia.
Por sua vez, o corpo de Kaique foi liberado pelo Instituto Médico Legal na manhã de hoje, após a espera da família devido aos trâmites legais. A mãe do jovem confirmou que os órgãos de Kaique foram retirados por equipes médicas para doação, como uma forma de manter o filho vivo através da generosidade.
Os velórios e sepultamentos dos adolescentes estão agendados para esta quinta-feira no Cemitério Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da cidade. O motorista responsável pelo atropelamento, Sérgio Roberto de Paula, foi preso em flagrante devido à embriaguez ao volante, mas foi solto após audiência de custódia.
Especialistas em Direito de Trânsito apontam que, mesmo considerando o homicídio culposo, o Código de Trânsito Brasileiro deveria ser revisado para garantir penas mais rígidas em casos de negligência ao conduzir veículos. O debate sobre a legislação vigente ressalta a importância de responsabilizar os motoristas por suas ações nas vias públicas, visando a segurança de pedestres e condutores.