Ex-boxeador japonês de 88 anos é inocentado em novo julgamento por assassinato quádruplo de 1966, após quase 50 anos no corredor da morte.
O Tribunal Distrital de Shizuoka reconheceu a fabricação de evidências e declarou sua inocência, tornando Hakamada o quinto condenado no corredor da morte a ser considerado inocente em um novo julgamento no sistema de justiça criminal japonês pós-guerra. A repercussão desse veredicto levanta debates sobre a pena de morte no Japão.
Após 58 anos de batalha legal, a irmã de Hakamada, Hideko, saiu do tribunal comemorando a absolvição de seu irmão. A sentença foi recebida com aplausos e buquês de flores em uma cena emocionante. Hakamada passou décadas na prisão, sendo mais de 45 anos no corredor da morte, o que o torna o preso com mais tempo nessa situação de acordo com a Anistia Internacional.
Durante o processo judicial, surgiram evidências que indicavam uma possível fabricação de provas pelos investigadores, levantando questões sobre a integridade do sistema legal japonês. A defesa de Hakamada argumentou que as amostras de sangue não coincidiam com o DNA do ex-boxeador e que as roupas apresentadas como prova eram inadequadas para ele.
O advogado de Hakamada elogiou a decisão do juiz como “revolucionária” e enfatizou a importância de impedir que os promotores recorram da decisão. A luta pela justiça de Hakamada e sua irmã Hideko ressalta a necessidade de revisões no sistema penal japonês para garantir que novos julgamentos estejam mais acessíveis a casos de possível erro judiciário.
Este caso não apenas levanta questões sobre a pena de morte no Japão, mas também destaca a coragem e perseverança de Hakamada e sua irmã em busca da verdade e justiça. A decisão do tribunal de Shizuoka representa um marco na luta pela inocência de Hakamada e destaca a importância do devido processo legal e da integridade no sistema judicial.