Brasileiros criam estratégia para mosquitos levarem larvicida aos próprios criadouros e combatem doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
A proposta da EDL consiste em utilizar os próprios mosquitos, especialmente o Aedes aegypti, como vetor para a disseminação de larvicidas em seus criadouros. Por meio de um recipiente com água, revestido com tecido preto umedecido e impregnado com um larvicida em pó, os insetos são atraídos e transportam o produto químico para suas larvas, interrompendo o ciclo de reprodução e proliferação do mosquito.
Os resultados obtidos com a aplicação dessa técnica são promissores. Em bairros de Belo Horizonte onde foram distribuídas as EDLs, houve uma redução significativa na incidência de dengue, comprovando a eficácia do método. O estudo, publicado na revista The Lancet Infectious Diseases, foi iniciado na capital do Amazonas e posteriormente expandido para outras regiões do país.
Além disso, a estratégia de autodisseminação de larvicidas também foi testada em Brasília durante a epidemia de zika em 2016, com resultados satisfatórios na diminuição dos casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Diante dos bons resultados, o Ministério da Saúde incluiu as EDLs em seu novo plano de ação de combate às arboviroses, visando ampliar o uso dessa técnica nas periferias do país.
Apesar dos avanços no controle do mosquito transmissor, os pesquisadores ressaltam a importância da colaboração da população na eliminação dos criadouros do Aedes aegypti, evitando o acúmulo de água parada e o descarte inadequado de lixo. Ainda de acordo com dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país registrou mais de 5.400 mortes por dengue e mais de 6,5 milhões de casos prováveis da doença até setembro de 2024.
Diante desse cenário preocupante, a adoção de medidas eficazes e inovadoras, como as Estações Disseminadoras de Larvicida, torna-se fundamental para o controle e prevenção das arboviroses, garantindo a saúde e bem-estar da população brasileira.