JUSTIÇA – Dono de ferro-velho é condenado por obstrução de Justiça no caso Marielle Franco em decisão da 37ª Vara Criminal.
O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do estado denunciou Edilson em agosto de 2023 pelo crime de obstrução de Justiça. Os promotores alegaram que o réu impediu as investigações das infrações penais ligadas a uma organização criminosa, prejudicando assim a administração da Justiça e a busca pela verdade. De acordo com o Ministério Público, dois dias após o fato, os executores do crime entregaram o veículo a Edilson em acordo com Maxwell Simões Correa, também envolvido na trama.
Na sentença proferida recentemente, o juiz da 37ª Vara Criminal destacou que a destruição do carro dificultou as investigações dos homicídios, atrasando a identificação dos responsáveis. A promotora de Justiça Fabíola Tardin Costa, que representou o Ministério Público durante o processo, ressaltou que a conduta de Edilson não é incomum no contexto das milícias do Rio de Janeiro.
Ela enfatizou a estatística que aponta que cerca de 90% das execuções premeditadas pela milícia carioca envolvem o uso de veículos para facilitar a fuga dos criminosos. Portanto, a destruição do carro torna-se crucial para o sucesso das ações criminosas. Esta prática é uma característica marcante nos crimes cometidos pelas milícias na cidade.
O caso continua atraindo a atenção da opinião pública e das autoridades, revelando as complexidades e desafios enfrentados no combate à criminalidade organizada no Rio de Janeiro. Sem dúvida, a condenação de Edilson representa um avanço na busca por justiça e verdade para as vítimas do brutal assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.