ECONOMIA – Ipea revisa projeção do PIB brasileiro para 3,3% em 2025, aponta grupo de conjuntura. Mercado de trabalho e crédito impulsionam crescimento.
A explicação para essa revisão positiva está relacionada, em parte, aos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul. Contrariando as expectativas iniciais, o efeito dessas enchentes sobre o PIB agregado parece ter se dissipado no curto prazo. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que as enchentes geraram volatilidade no segundo trimestre, com quedas em maio seguidas por crescimentos significativos em junho.
O desempenho das vendas de bens e serviços às famílias tem sido um dos principais impulsionadores da economia, impulsionado pela melhoria do mercado de trabalho e pelo acesso facilitado ao crédito. Além disso, a demanda por bens de capital também se destacou positivamente, contribuindo para a recuperação da indústria de transformação.
No entanto, as perspectivas para o segundo semestre do ano apontam para um crescimento menos robusto. O Banco Central iniciou um ciclo de aumento da taxa de juros em setembro, e o estímulo fiscal do governo deve ser mais moderado. Além disso, a situação financeira das famílias pode ser afetada pela trajetória de alguns índices de preços, principalmente no setor de serviços.
Embora a inflação em 12 meses esteja desacelerando em relação a 2023, a expectativa é de uma leve aceleração nos próximos meses. O processo de desinflação pode ser mais lento do que o esperado, mas ainda assim espera-se uma inflação menor do que a observada no ano anterior.
Diante desse cenário, o mercado econômico brasileiro se mantém cautelosamente otimista, com perspectivas favoráveis para o crescimento do PIB em 2024 e 2025, embora alguns desafios e incertezas ainda persistam.