MUNICIPIOS – Eleições 2024: perfil dos candidatos mostra subrepresentação de mulheres, jovens e negros, com crescente número de homens brancos acima de 35 anos.

O cenário político brasileiro para as eleições municipais deste ano traz um panorama que evidencia a subrepresentatividade de mulheres, jovens e negros na disputa pelo cargo de prefeito. Os dados do sexto estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM) apontam para uma queda de 18% no número de candidaturas em comparação com o último pleito, o que acarretou em um aumento na proporção de homens brancos com mais de 35 anos na corrida eleitoral.

Desde o ano 2000, a idade média dos candidatos avançou 2,6 anos, atingindo a marca de 50,4 anos na disputa atual. O percentual de candidatos idosos também aumentou significativamente, passando de 13% para 22,5% nesse período. Por outro lado, a participação política dos jovens vem sofrendo um declínio, com as candidaturas de pessoas com menos de 34 anos alcançando o menor patamar em 24 anos, representando apenas 7,1% do total. Além disso, a proporção de candidatos com idades entre 35 e 59 anos também registrou uma queda, passando de 79,5% para 70,4%.

Os dados revelam que os Municípios do Rio Grande do Sul lideram como os mais envelhecidos, com uma média de idade de 53 anos, seguidos por Paraná e Espírito Santo, com 52,3 anos. Já as localidades com os candidatos mais jovens estão concentradas em Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte, com médias de idade em torno de 47 anos.

No que diz respeito à representatividade feminina, apesar do aumento no número de candidaturas de mulheres, que passou de 13,6% para 15,6%, a baixa presença delas na disputa é evidente, considerando que 52% do eleitorado é composto por mulheres. Roraima se destaca como o estado com a maior proporção de candidatas prefeitas, seguido por Rio Grande do Norte e Sergipe.

A questão racial também se mostra como um ponto de desigualdade, uma vez que aproximadamente 6 a cada 10 candidatos a prefeitos se declaram brancos, apesar de a maioria da população brasileira se autodeclarar negra. Os percentuais de candidatos brancos são mais expressivos em estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, enquanto os maiores percentuais de negros estão nos Municípios do Amapá, Acre e Amazonas.

Por fim, no que diz respeito à escolaridade, a maioria dos candidatos possui ensino superior completo, sendo que 89% concluíram o ciclo da educação básica. A quantidade de candidatos com baixa escolaridade diminuiu significativamente, passando de 29,2% para 11,3%.

Portanto, os dados apontam para a necessidade de uma maior diversidade e representatividade na esfera política, a fim de garantir uma democracia mais inclusiva e igualitária.

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