Partido da direita radical na Áustria liderado por Herbert Kickl conquista vitória histórica, mas enfrenta desafios para formar governo.
Durante a campanha eleitoral, Kickl e o FPÖ foram acusados de fazer referências veladas ao nazismo, embora o partido negue qualquer ligação com esse regime. Fundado por ex-nazistas na década de 1950, o FPÖ tem um histórico controverso que levanta preocupações dentro e fora do país. Kickl chegou a prometer que se tornaria “Volkskanzler” (o chanceler do povo), um termo usado por Adolf Hitler na Alemanha nazista.
Além disso, o partido tem como bandeiras de campanha questões relacionadas à imigração na Áustria e críticas à forma como o governo lidou com a pandemia de Covid-19. Kickl também defendeu teorias da conspiração em relação ao tratamento da doença. Com a vitória do FPÖ, que conquistou 58 vagas no parlamento austríaco, surgem preocupações sobre a formação de coalizões e a governabilidade do país.
A ascensão de líderes de extrema-direita na Europa, como Giorgia Meloni na Itália e Marine Le Pen na França, indica uma tendência preocupante em diversos países do continente. A polarização política e a retórica nacionalista têm ganhado espaço, levantando questões sobre os rumos da democracia e dos direitos individuais.
Diante desse cenário, a Áustria se vê diante de um desafio político complexo, com a necessidade de formar um governo que represente os interesses de todos os cidadãos. A incerteza sobre as alianças políticas e a postura do FPÖ em relação a questões sensíveis, como a integração europeia e os conflitos geopolíticos, acrescentam mais um elemento de instabilidade ao panorama político do país.