Divergência entre dólar à vista e futuro: real se valoriza com upgrade da Moody’s, enquanto mercado futuro reflete fortalecimento do dólar.

A tarde desta quarta-feira foi marcada por uma divergência de sinais no mercado cambial, com o dólar à vista operando em queda, enquanto o dólar futuro para novembro registrava uma leve alta. Esse fenômeno foi atribuído a um ‘delay’ na reação dos efeitos do rating da Moody’s, que teve sua classificação alterada, beneficiando o real no mercado à vista.

Com o suporte do upgrade concedido pela agência de classificação de risco e o aumento no valor das commodities, a moeda brasileira valorizou-se durante o período. No entanto, o câmbio futuro, que já havia reagido negativamente à mudança de nota da Moody’s na terça-feira, refletiu nesta quarta-feira o fortalecimento do dólar em relação a outras moedas fortes e aos juros dos Treasuries.

O dólar à vista fechou em queda de 0,35%, enquanto o dólar futuro para novembro apresentou uma alta de 0,28%. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em comparação com uma cesta de moedas estrangeiras, encerrou o dia em alta de 0,48%.

Segundo Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, o mercado brasileiro de ativos continua sendo favorecido pela alteração da nota de risco pela Moody’s. O efeito do novo rating da agência de classificação de risco foi sentido com mais intensidade no mercado futuro do que no mercado à vista, o que explica o descolamento entre as duas modalidades cambiais.

A economista ressaltou que o real perdeu força após a divulgação do relatório ADP dos Estados Unidos, que superou as expectativas. Além disso, as incertezas fiscais ainda são um ponto de preocupação, apesar da melhora no rating. A credibilidade do arcabouço fiscal brasileiro foi classificada como “moderada” pela Moody’s, o que reflete no custo elevado da dívida do país.

O mercado também acompanhou as declarações de diversos dirigentes do Federal Reserve em eventos, mas nenhuma declaração teve um impacto significativo nos preços. Em relação às commodities, Abdelmalack destacou que a taxa de câmbio brasileira está sendo favorecida por esse cenário.

No geral, o mercado cambial segue atento aos desdobramentos econômicos e políticos, enquanto reage aos movimentos internacionais que influenciam a dinâmica do câmbio no país.

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