Estudo aponta que candidatas são alvo de ataques nas eleições municipais fora das capitais: termos como “nojenta”, “fraca” e “mulher” são os mais utilizados.
Os dados revelaram que as mulheres candidatas receberam o dobro de ofensas em comparação aos homens, mesmo estes sendo a maioria dos postulantes. Cerca de um terço dos comentários registrados apontou ataques, com 43% direcionados às candidatas e 24% aos concorrentes masculinos.
Além das palavras mencionadas, termos como “vergonha”, “piada”, “lixo” e “mentirosa” foram utilizados contra as mulheres de forma pessoal, sem relação com suas propostas políticas. Os tipos de ataques mais comuns identificados foram a inferiorização, misoginia, sentimento de nojo e descrédito intelectual.
Em algumas cidades, como Olinda (PE) e Santos (SP), foram registrados elevados números de ocorrências de ataques verbais, com termos como “marionete” e “nojo” sendo amplamente utilizados. Santos liderou o ranking de insultos, com 675 ocorrências, seguida por Assú (RN), Piracicaba (SP), Olinda e São João de Meriti (RJ).
É preocupante a constatação de que as candidatas estão sendo alvo de ataques tão agressivos e pessoais, o que evidencia a persistência da violência política de gênero. Este tipo de comportamento nas redes sociais mostra a urgência de medidas para coibir esse tipo de prática e promover um debate político mais saudável e democrático.