Líder sérvio recusa impor sanções à Rússia após ligação com Putin, alegando soberania e interesse nacional. Expectativa de críticas do Ocidente.

A Sérvia, país candidato à União Europeia, demonstrou mais uma vez sua posição de não impor sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia, mesmo sob pressão do Ocidente. O líder sérvio, Aleksandar Vucic, afirmou após uma conversa telefônica com o presidente russo Vladimir Putin que as relações entre os dois países continuarão a se fortalecer.

Vucic destacou a importância do diálogo com Putin, descrevendo a conversa como amistosa e marcada por uma nota pessoal. Ele ressaltou que a ligação foi a primeira em mais de dois anos e que acredita no desenvolvimento das relações e da confiança entre a Rússia e a Sérvia.

Segundo o presidente sérvio, Putin afirmou que o que é benéfico para a Sérvia também é positivo para a Rússia, e vice-versa. Apesar disso, Vucic não confirmou se aceitará o convite para participar da cúpula do Brics, que acontecerá em Kazan ainda esta semana.

Apesar de buscar formalmente a adesão à União Europeia, a Sérvia mantém sua posição de não aderir às sanções ocidentais contra a Rússia, em virtude de interesses nacionais. Vucic enfatizou que a imposição de sanções não é do interesse do país, mesmo após relutar em condenar a agressão de Moscou.

Em relação às críticas que possam surgir no Ocidente devido ao diálogo com Putin, Vucic afirmou que a Sérvia é um país soberano que toma suas próprias decisões. Ele também agradeceu à Rússia pela provisão de gás a preços favoráveis, destacando a importância dessa relação bilateral.

Além disso, a Sérvia comemorou o 80º aniversário da libertação de Belgrado da ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, evento no qual Vucic fez um discurso em russo como forma de respeito ao Exército Vermelho, que contribuiu significativamente para a libertação da capital sérvia. Esses acontecimentos reforçam as relações entre a Sérvia e a Rússia, bem como a postura independente do país nos assuntos internacionais.