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Israel apresenta exigências para cessar hostilidades no Líbano, incluindo liberdade de operação no espaço aéreo e ações contra o Hezbollah.

A recente escalada do conflito entre Israel e Líbano trouxe à tona um documento elaborado pelo governo israelense que estipula exigências fundamentais para o término das hostilidades na região. Com a crescente preocupação internacional, Tel Aviv, por meio do ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, comunicou ao enviado especial da Casa Branca, Amos Hochstein, indicações claras sobre suas condições para um cessar-fogo.

No cerne dessas exigências está a autorização para que as Forças de Defesa de Israel (FDI) realizem “execuções ativas” destinadas a evitar que o Hezbollah, grupo militante aliado a Teerã, se rearmem e reestruturem sua infraestrutura militar ao longo da fronteira comum. Este pedido é particularmente polêmico, pois contraria as diretrizes estabelecidas pela Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que requer um cessar-fogo supervisionado pelas Forças Armadas Libanesas e pela Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL).

Além disso, Israel solicitou liberdade total de operação para sua Força Aérea no espaço aéreo libanês, o que representa mais uma fonte de tensão na já complexa dinâmica regional. Um funcionário do governo norte-americano expressou ceticismo em relação à aceitação dessas condições por parte do Líbano e da comunidade internacional, considerando-as “altamente improváveis”.

Enquanto o diálogo diplomático se avança, com Hochstein programando uma visita a Beirute, a situação no terreno permanece volátil. No último domingo, a FDI executou uma série de ataques aéreos na capital libanesa, atingindo diversas instalações associadas ao Hezbollah, o que apenas intensificou a crítica contra Israel. O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, fez um apelo público para que Israel moderasse seus ataques, ressaltando que o número de vítimas estava “alto demais”.

Neste contexto, cabe aguardar os desdobramentos das negociações diplomáticas e as respostas das autoridades libanesas e da ONU em relação às exigências propostas por Israel, que visam garantir a segurança nacional do país, mas que também levantam questões éticas e legais sobre a soberania do Líbano e os direitos dos civis na região.

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