Milei demite chanceler e anuncia auditoria no MRE para caçar inimigos da liberdade em meio a crise diplomática com Cuba.

Na última quarta-feira, o presidente argentino Javier Milei anunciou a demissão da ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, e o início de uma auditoria no Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto. Essa medida foi desencadeada após a Assembleia Geral da ONU aprovar, mais uma vez, uma resolução que pede o levantamento do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba. As mudanças na liderança do ministério refletem a determinação de Milei em adotar uma postura diplomática que se oponha ao regime cubano, que ele classifica como uma dictadura.

Milei não apenas substituiu Mondino, que ocupava o cargo desde dezembro de 2023, mas também nomeou Gerardo Werthein, ex-embaixador da Argentina nos Estados Unidos, como seu sucessor. Esta mudança de liderança ocorre em um contexto de crescente pressão internacional sobre a política dos Estados Unidos em relação a Cuba. A recente votação da ONU sobre o embargo apresentava um apoio significativo da comunidade global, com 187 países a favor, dois contra e uma abstenção, reforçando a percepção de que a grande maioria dos países considera o embargo insustentável e prejudicial.

Em seu comunicado, Milei foi enfático ao afirmar que o novo governo argentino não compactuará com regimes que violem os direitos humanos e as liberdades fundamentais. A auditoria planejada tem como objetivo identificar aqueles no serviço diplomático que, segundo Milei, possam estar promovendo “agendas contrárias à liberdade”. Esse movimento se encaixa em uma tendência mais ampla de reavaliação das políticas exteriores da Argentina sob sua administração, que busca alinhar o país com valores que considera essenciais para a democracia.

Vale destacar que, historicamente, a Assembleia Geral da ONU tem se posicionado contra o bloqueio econômico a Cuba, com resultados que indicam uma quase totalidade de apoio à resolução, excetuando-se a resistência constante dos EUA e Israel. Desde 1992, essa posição foi reafirmada anualmente, o que demonstra uma sólida rejeição internacional à política americana, considerada por muitos como uma forma de coerção e violação das normas de comércio e navegação estabelecidas pela própria ONU.

A escolha de novas lideranças e o movimento em direção a uma auditoria interna marcam um momento significativo na diplomacia argentina, refletindo as mudanças drásticas que Milei prometeu durante sua campanha. O novo embaixador, Werthein, assume sua função em um período crítico, onde a Argentina busca redefinir seu papel na cena internacional e estabelecer relações que estejam em consonância com sua visão política.

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