Professor e advogado Fábio Lins lança na Bienal do livro ” Nise da Silveira e a Administração Pública”

 

Neste sábado (12.08), a partir das 19 horas, na X Bienal Internacional do Livro de Alagoas (Sala Siriguela, Centro de Convenções de Maceió), haverá o lançamento de um livro que narra a incrível trajetória de uma heroína brasileira e alagoana: a médica psiquiatra Nise da Silveira (1905/1999).

O autor do livro é o professor e advogado alagoano Fábio Lins de Lessa Carvalho, que vem se notabilizando por publicar textos surpreendentes, em que mescla conteúdos históricos, biográficos, jurídicos, administrativos e culturais, para apresentar suas reflexões sobre gestão pública.

Outra marca de Fábio Lins é oferecer novas luzes sobre o legado de grandes brasileiros, sejam os alagoanos Graciliano Ramos e Pontes de Miranda, ou mesmo o baiano Raul Seixas. O caráter inovador empreendido pelo professor de Direito Administrativo da UFAL e do Cesmac também o fez publicar estudo em que analisa a gestão pública da fictícia Sucupira, sob a gestão do bem amado prefeito Odorico Paraguaçu!

Em “Nise da Silveira e a administração pública: reflexões sobre a trajetória de uma heroína brasileira no serviço público” (Editora Fórum, 2023), Fábio Lins faz um verdadeiro levantamento de todas as (inúmeras) razões que justificam (com sobras) a escolha da médica alagoana como Heroína da Pátria, episódio ocorrido no ano passado.

Um resumo da trajetória de Nise da Silveira foi apresentado no prefácio do livro pela professora Irene Nohara: “Nise partiu do mundo edificante e acolhedor, com sua família em Maceió, recebeu um chamado à aventura de cursar medicina, na Bahia, tendo sido a única mulher de uma classe de centena de homens; recusa e hesita a seguir as especialidades da medicina; mas encontra diversos mentores, inclusive, posteriormente, Jung; ultrapassa os limites do sistema manicomial extremamente cruel e degradante da época; encontra provações, enfrenta preconceitos, tem refúgio nos aliados, como seu marido, vizinhos e poetas, a exemplo de Manuel Bandeira, que lhe dão amparo e alimento inclusive, no serviço público, e também enfrenta inimigos, a exemplo da colega de trabalho que lhe “denuncia” por encontrar entre seus livros um de Marx; enfrenta-se com a caverna horrenda da prisão em um período de ditadura, encontra provações, recebe recompensas, volta fortalecida, convicta, renasce das cinzas para uma nova vida, com mais empoderamento interno, para realizar suas terapêuticas e recebe, do mundo e do Brasil, o reconhecimento merecido!”

Ainda segundo Irene Nohara, “Nise destacou-se ao considerar a humanidade e a individualidade de todos os seus “clientes”, que se recusava a chamar de “pacientes”, por desejar que se tratassem de forma ativa, com atividades artísticas e interações afetivas, em vez dos métodos cruéis de objetificação e assujeitamento… Inspirado na noção aristotélica de mimese, consciente de que a vida de Nise é rica e simultaneamente dramática, sendo digna de espelhamento, Fábio Lins reconta a desafiadora trajetória de Nise da Silveira a partir de doze capítulos, dos quais, ainda, extrai, ao final, doze lições edificantes. Este é o intuito da presente obra, deliciosa de ler e recheada de curiosidades, que vai reconstruindo a trajetória de Nise da Silveira como biografia, com dados, relatos históricos e registros fotográficos, que só alguém com a envergadura e a cultura de Fábio Lins, alagoano igualmente talentoso e erudito, Procurador do Estado e professor da UFAL, faria nesta intensidade e com esse primoroso resultado”.

Na apresentação do livro, Fábio Lins destaca que o livro é “um estudo biográfico sobre a mulher que revolucionou a psiquiatria brasileira e mundial, destacando principalmente um aspecto de sua vida que ainda não havia sido enfatizado: sua trajetória e atuação como servidora pública, algo que se deu entre 1933, quando foi aprovada em concurso público, e 1975, ano em que foi aposentada compulsoriamente.

Neste período, Nise da Silveira esteve no serviço público e lá vivenciou inúmeras experiências administrativas, das mais traumáticas, como seu afastamento e prisão por convicções ideológicas e o rechaço ao uso de métodos terapêuticos por ela considerados desumanos, agressivos e ineficazes, às mais inovadoras, como a introdução de diversas formas de tratamento psiquiátrico até então não empregadas no Brasil, como a arteterapia, a valorização da liberdade e do afeto, e o uso de animais como coterapeutas dos pacientes. Na verdade, procurei me inteirar das experiências vivenciadas por Nise antes mesmo dela chegar ao serviço público, por considerá-las relevantes para a formatação de seu caráter. Por esta razão, o livro dedica capítulos aos períodos vividos em Maceió (infância e adolescência), em Salvador (faculdade de Medicina) e no Rio de Janeiro (antes de ingressar na Administração Pública)”.

Fábio Lins conclui em sua apresentação da obra: “espero ter contribuído, ainda que minimamente, para demonstrar “a envergadura dos feitos da médica Nise Magalhães da Silveira e o impacto destes no desenvolvimento da Nação”, que seu trabalho é uma das mais importantes “projeções do Estado Democrático de Direito”. Enfim, que as lições de Nise da Silveira conquistem novos admiradores e mais brasileiros se inspirem neste ser humano extraordinário”.

No lançamento do livro na Bienal de Alagoas, além da sessão de autógrafos, haverá uma palestra ministrada pelo autor e aberta ao público. Além do lançamento, o livro poderá ser adquirido na Bienal no stand da Quilombada (portal dedicado a autores alagoanos) ou diretamente com o autor (whatsapp 82-996623434).

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