Polícia Civil prende suspeito de emissão de laudos falsos em transplantes de órgãos infectados com HIV no Rio de Janeiro.

Na manhã deste domingo, 20, a Delegacia do Consumidor (Decon), com apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), deu início à segunda fase da “Operação Verum”, visando combater os suspeitos envolvidos na emissão de laudos falsos pelo Laboratório PCS Saleme, resultando, assim, no transplante de órgãos infectados com o vírus HIV, causador da Aids, no Rio de Janeiro.

Segundo a Polícia Civil, foram realizados um total de oito mandados de busca e apreensão, além da prisão de um indivíduo, cuja identidade não foi revelada pelas autoridades. Responsável pelas investigações, o delegado Wellington Pereira declarou à GloboNews que o indivíduo detido ocupava um cargo de chefia no laboratório e era responsável por coordenar uma unidade operacional, sendo uma das pessoas que teria ordenado a redução dos gastos na instituição.

Na primeira etapa da operação, desencadeada na última segunda-feira, 14, duas pessoas foram detidas e outros dois mandados de prisão foram cumpridos nos dias seguintes. Atualmente, conforme informado pela Polícia Civil, estão em andamento análises dos documentos e materiais apreendidos durante as diligências.

De acordo com as investigações conduzidas pela Delegacia do Consumidor, uma falha operacional no controle de qualidade dos testes foi identificada, tendo o objetivo de reduzir custos. As amostras não eram mais analisadas diariamente, mas sim semanalmente, o que contribuiu para a emissão de laudos falsificados.

Em comunicado ao Estadão, a Polícia Civil ressaltou que também está investigando a contratação do Laboratório PCS Saleme pelo Governo do Estado. As próximas etapas da investigação serão mantidas em sigilo pelas autoridades.

Já em nota à Agência Brasil, o laboratório mencionou ter informado à Central Estadual de Transplantes todos os resultados dos exames de HIV realizados em amostras de sangue de doadores de órgãos no período em que prestou serviço à fundação. A empresa afirmou ter utilizado os kits de diagnóstico recomendados pelos órgãos competentes e abriu uma sindicância interna para apurar as responsabilidades do ocorrido, classificando o episódio como “sem precedentes” em sua história.

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